Isto é a Tunísia

Queremos chegar cedo ao porto La Goulette pois prevemos um processo moroso e complexo. Mas não vamos partir sem antes nos despedirmos de quem nos apoiou quando necessitámos, o pessoal do restaurante LeBort. Contrariando a nossa experiência de passagem de fronteiras e portos que geralmente são locais mais hostis, aqui sucedeu precisamente o contrário. Fomos muito bem recebidos, é local que recomendamos, para todos eles o nosso obrigado.

Temos que seguir o nosso caminho, hoje é dia de embarque no ferry para Marselha, este processo tornou-se mais simples do que o da chegada, provavelmente já nos ambientámos e tudo se torna mais natural. Até passar a alfândega, respira-se o normal ambiente destes locais, várias pessoas tentam vender os seus artigos, há de tudo. Tudo se passa com a maior naturalidade, é um ambiente calmo sem qualquer tipo de tensão.

Após entrada no ferry e de modo espontâneo começámos a fazer o balanço sobre as vivências na Tunísia. Desdes os sabores da Harissa sempre presente nas nossas refeições, ao “Alf” que nos acompanha desde o deserto, existem vários factores que queremos salientar, mesmo correndo o risco de nos esquecermos de alguns.

No trânsito não sentimos “agressividade” no modo como conduzem, mas regras e sinais de são meramente informativos, veículos a circular em contramão, passagem por sentidos proíbidos verificam-se constantemente mesmo na presença das autoridades. Na passagem por qualquer localidade existe sempre um elevado de lombas, de vários tipos e formatos, umas visíveis outras não, umas sem aviso, algumas autênticos quebra molas, outras com passadeiras por cima… Aqui não existe alternativa, todos são forçados a reduzir drasticamente a velocidade.

Quanto ao combustível, é curioso verificar a existência de um grande número de pontos de venda clandestinos onde se diferencia a sua origem pela cor: Laranja Argélia, Verde Líbia. Estes vendedores chegam a estar instalados “à porta” das estações de combustível. Nao corremos o risco de testar, mas garantiram-nos a sua qualidade. Verifica-se uma grande afluência, de todo o tipo de veículos, a estes pontos de venda.

Verifica-se uma forte presença militar e policial ao longo de todo o país, existindo inúmeros postos de controlo nos principais acessos. O nosso primeiro contacto com esta realidade pareceu um pouco intimidador, no entanto nunca nos mandaram parar. É notória a preocupação das autoridades em não incomodar e proteger os turistas, várias foram as autoridades que nos questionaram sobre a existência de algum problema por onde passámos.

Na nossa passagem pela Tunisia à que salientar a simpatia que este povo sempre demontrou, tivemos inumeros exemplos durante estes dias. Sempre disponíveis para prestar qualquer tipo de informação ou ajuda.

Ficamos com a sensação de existirem duas Tunisias. Uma a Sul, mais conservadora e religiosa, outra a Norte, mais ocidentalizada. Como exemplo, a Sul, o dia de descanso semanal é à 6f.

São visíveis as dificuldades que o país atravessa, mas é notório o esforço para recuperar a imagem a nivel internacional, após a revolução da primavera árabe (Janeiro 2011).

Nós acreditamos, obrigado Tunísia!!