Do Recife para a Menina da Lua com carinho e amizade!

No final deste ano completam-se 6 anos sobre a 1ª expedição Menina da Lua que decorreu inteiramente em terras angolanas tendo deixado memórias em cada elemento do grupo que jamais se apagarão. Como “Natal é quando um homem quiser”, assim também a vontade de exprimir boas sensações da vida.

Porquê escrever hoje sobre o assunto, pois nem sequer é data relacionada com essa marcante viagem? Simplesmente porque numa deslocação de trabalho a Recife no Brasil e depois de uma escolha equivocada de alojamento surgiram as imagens de uma das boas etapas dessa viagem, precisamente a nossa passagem pela Vila de Caconda, na Província da Huíla.

Mas que semelhanças podem existir entre um dia de trabalho em Recife e uma passagem por Caconda em expedição de moto? Em princípio nada! Mas e então se de repente as tais memorias nos transportassem para um quartinho com poucos metros quadrados, vizinhos barulhentos e agressivos numa noite de chuva torrencial?

A passagem por Caconda foi dos momentos significativos numa viagem à descoberta de um país fascinante, que tornou a vida de cada um dos participantes muito mais rica, embora esta vila do interior de Angola nada tenha que possa inspirar riqueza.

A simplicidade e beleza de vilarejo do interior e a dureza da vivência das suas gentes, presa no tempo e ainda cicatrizando feridas de momentos violentos, conseguiu marcar-nos e deixar em nós imagens que não se apagam enquanto durarem os nossos mecanismos biológicos capazes de relacionar um Hotel em Recife, no litoral Nordeste do Brasil, com uma pensão de Caconda.

O desafio é regressarmos ao contacto com os bons momentos vivenciados nas expedições Menina da Lua, sem qualquer ordem cronológica, nem regras de escrita pré estabelecidas, mas tão só trazer para conhecimento dos amigos as boas recordações de viagens, a partir das nossas vivências quotidianas.

Do Recife para a Menina da Lua com carinho e amizade!

“Menina da Lua” em terras suas

Em período de retemperar energias para a próxima expedição, a “Menina da Lua”, partiu desta vez para uma curta viagem de três dias, percorrendo o Alentejo e Algarve, mas com a dupla vertente, não só de rolar estrada fora em busca de novas terras, como de iniciar a sua primeira rota gastronómica, que foi denominada de “rota tasca a tasca”.

Além dos habituais participantes, juntaram-se ao grupo dois novos elementos. Entenderam numa das paragens, sempre na companhia de louras fresquinhas, deixar de lado os seus nomes próprios e passar a uma identificação fictícia.

Assim tivemos como participantes, o macaco e homem do leme, o molhado, o sabão, o trocas, o navalheira e homem da vaca, e o puto.

 
1º dia

A viagem teve início no passado dia de Portugal, pelas 7 horas da manhã, com partida, da Maçã, primeira paragem em Vendas Novas, Casa das Bifanas, onde se deu a primeira trinca, com um 5 +1, e onde foi atribuído a navalheira a posse da vaca, ( bolsa onde todos vão colocando dinheiro e de onde se pagam todas as despesas comuns, procedimento comum no grupo desde sempre ). Prosseguiu em direcção a Mora, onde por volta das 10 horas se voltou a novo 5 + 1. O calor apertava, a viagem prosseguiu, e sem se perceber, eis que se dá a primeira fuga do molhado, mais à frente entendemos, estava a bater umas fotos.

A próxima paragem e última antes do Almoço, foi em Santo Aleixo, onde se repetiu um 5 +1, aqui molhado não estava bem e deixou cair a sua moto, quando parado, ainda que tenha atribuído a culpa a Trocas. Ainda não sabíamos bem onde ir almoçar, mas entre opiniões, decidimos pela Adega Velha em Mourão, de imediato, puto, muito assíduo em todo o Alentejo, tratou de marcar a mesa, para logo que chegássemos, tudo estivesse preparado para o primeiro repasto.

Antes, mais precisamente em Borba, molhado desafiou a atenção de macaco, e como habitual, o resultado foi o engano e a consequente volta atrás. Percorridos mais umas dezenas de quilómetros e já com água na boca, chegámos à Adega Velha, onde, e como todos os clientes, assistimos a uma típica recepção, pelo engenheiro, (proprietário da Adega Velha), e seus conterrâneos, com uns branquinhos e uma cantiguinhas.

Cansados, nada nos sabia melhor, optámos pela sopa de cação, perdiz estufada e um cozido de grão, inevitavelmente regados pelo branco, tinto, louras e a finalizar aguardentes. Assim assinalámos a nossa primeira tasca

 
Adega Velha – Mourão

Após o almoço, e já com a pressão do tempo para chegarmos a Mértola cedo, onde iríamos pernoitar e onde nos esperava uma refeição caseira, que mais à frente se descreverá, percorremos mais umas boas dezenas de quilómetros, mas pelo caminho, não podíamos deixar de parar na tasca com a melhor imperial do país, o Lebrinha em Serpa, onde se fez um 6, acompanhado de torresmos. Bebidas as famosas imperiais, seguimos em direcção a Mértola onde chegámos por voltas das 19 horas, depois de umas estupendas curvas.

Aí, jantámos uma chanfana e um cabrito no forno, acompanhado de variados vinhos da região, pratos elaborados, por um Chef que um dia vai ser conhecido no mundo da culinária. Após o repasto fomos conhecer a noite de Mértola, onde se deu um pequeno acidente, macaco agrediu navalheira, apenas por este ser curioso. Cansados, foram dormir para cedo partir, mas ansiosos por um prémio, macaco e puto acompanhados pelo chef ainda foram em busca de uma presa que não apareceu.

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